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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

CASO QUE JÁ DEU CERTO

 

Janaína é recebida no Xcell-Center, em Colônia, na Alemanha.
Daisy Hugon, mãe de Janaína Hugon, que foi para a Alemanha no dia 21 para um tratamento de células-tronco, disse que uma semana depois do implante, Janaína já comeu arroz, feijão e frango.

“Estou vendo minha filha renascer, você não tem ideia do que é isso”, conta Daisy, emocionada. “Antes eu a via morrendo dia a dia, como uma chama de uma vela se apagando, e não havia nada que eu podia fazer”.

Janaína, de 28 anos, sofre de paralisia cerebral desde os 3, quando teve reação alérgica a um remédio do Brasil chamado “Fator de Transferência” para tratamento de um problema ocular. Desde então, foi perdendo os movimentos, não pôde mais andar, mal falava e, em setembro do ano passado, foi parar no hospital ao engasgar com comida. Na ocasião, médicos disseram que Daisy deveria colocar sua filha em um “hospice”, local para pacientes em estado terminal, pois não havia mais nada para fazer. Desde então Jana não comia nada sólido.

Ao mesmo tempo, uma janela se abriu: Jana foi aprovada para um caríssimo tratamento com células-tronco. Mais ou menos em outubro, Daisy iniciou uma campanha para a arrecadação dos 50 mil dólares necessários para o tratamento em um instituto aqui na Flórida. Há cerca de dois meses, no entanto, Jana também foi aprovada para o mesmo tipo de tratamento em um instituto em Colônia, na Alemanha, chamado Xcell-Center. E a primeira boa notícia: o tratamento sairia pela metade do preço.

Após meses de campanha, Janaína, sua mãe e seu padrasto foram para a Alemanha no dia 21 de janeiro, sexta-feira, e na segunda-feira, dia 24, já fez o transplante. Daisy conta que as células-tronco são retiradas da área de junção entre o quadril e o fêmor. Depois de tratadas, foram reaplicadas na medula e cérebro de Janaína. Os médicos do instituto disseram a Daisy que conseguiram retirar uma quantidade nunca vista antes de células saudáveis de Janaína. Geralmente, são retiradas cerca de 2 milhões de células, mas de Janaína, retiraram 5 milhões.

“O diretor do instituto ficou tão impressionado com o caso, que cancelou uma viagem que faria, para acompanhar o tratamento”, conta Daisy. Os médicos disseram que Jana teria dor de cabeça e tontura, mas isso não aconteceu. “Fico impressionada com a vontade que minha filha tem de viver”, disse Daisy. “Ela repete toda a hora: vai celulinha, trabalha rápido”.

E parece que as células estão escutando Jana. No dia 31, uma semana depois do transplante, Jana sentiu que sua língua “destravou”, e no dia 1º já pôde comer. Sua mãe conta também que nota menos fadiga na filha, que antes não conseguia permanecer firme sentada por mais de duas horas.

Os próximos passos serão, como disse Daisy, de renascer e reaprender. Janaína precisará de muita fisioterapia e fonoaudiologia para reaprender as funções motoras para sua recuperação.

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